segunda-feira, 31 de agosto de 2009
infinito-me
... para uma menina qualquer
de que importa esse seu verdadeiro universo?
se a selvageria das palavras
nada sabe desse drama que a consome
se aqui na selva dessa poesia inútil
o amor a muito morreu afogado e quase cego
de que te vale esse amar amargurado?
responda, menina! mar tem nome?
o que sabe sobre isso
que se encontra aí por dentro
e não controla quando quer? diga!
sabe o que é ao menos?
responde quando chama?
acredita que é verdade?
e se mentiram pra você?...
e se for medo? se for culpa?
se for loucura? pensa nisso!
ou pensou que era fácil essa luta vã...
infinito-me pra te descobrir nua desse seu silêncio estúpido
...e sem amor nenhum.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
28 de quê???
estou prestes a completar 28 anos de idade
(é! sobrevivi aos fatídicos 27...)
não refiz planos de vida nem de sorte
não sou adepto dessas "recriações" como dizem
acho que vamos mesmo é metamorfoseando com o tempo (viva raulzito!)
e isso eu tenho feito, viu! metamorfosear tem sido meu esporte
e por falar nisso, não desejo mais ser um vencedor. Não!
cansei dessa coisa toda de 'ser' e tal, começo a acreditar
que essa história de "chegar lá"... "crescer"... e coisa e etc,
é tudo encheção de saco!
por mim, sobreviver e conseguir não fazer merda já basta!
não quero grana, não quero fama, não quero ser o melhor
nem amor verdadeiro eu quero mais... (hahahaha)
quero é ir com calma e alma se der...
envelhecer tranquilo e sem grilos maiores
ajudar no que posso essa desumanidade que anda por aí
e ver o que ainda virá e nos surpreenderá neste mundo
no mais, cerveja e história pra contar aos amigos do peito!
é, acho que é isso!
é. é isso sim!
ah, ia me esquecendo da poesia!
...sem ela fica difícil, né não?
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
indagações
domingo, 23 de agosto de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
ao gosto dessa graça
aqui dentro desse apelo uma canção enfeitiçada
enfeita a voz aqui bem perto onde calada
uma bárbara cunhã desdobra a sílfide emoção
aqui de dentro desse enleio um fio solto dessa fala
se faz rima e harmonia dessa díade embolada
que vem certa, vem depressa, vem fazer a louvação
porque quer seja uma cantiga ou quer seja uma sonata
o arranjo roto da levada vai fazer dentro da caixa
um arroubo novo e desmedido em honra ao lume da nação
do canto novo e já exposto ao gosto dessa graça
passa o verso num segredo feito o voo duma garça
sem destino, sem demora, sem receio e sem razão
para Bárbara Leite
terça-feira, 18 de agosto de 2009
se fossem moinhos os dragões...
se tivesse, além de duas mãos,
como Drummond, todo o sentimento do mundo,
o que faria? se fosse?
se acaso tivesse, como Pessoa, a certeza
de que não é nada, nunca será nada
e mesmo à parte isso, ainda carrega em si
todos os sonhos do mundo, o que sonharia?
se no creces em caminos, mesmo los sabiendo
existentes ( ...) como Leminski, iria?
em sendo como Lorca, a um gazel do desespero,
conhecerias o abismo?
e tendo o amor por maldição, como o anjo que foi torto,
perdoaria a vida por não crer?
e sendo eu, sem ser, saberia o que fazer?
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
o canto
se é deus quem cuida e a terra acode
a quem de si não faz idéia e erra
e é vão na vida e é vaga a sorte
em chão de estrada e o não da morte
se o tempo é rei e o espaço encerra
e é graça a flor que agrada a leva
enquanto aguarda a rés do nada
e espelha o espelho da quimera
se é assim que corre o veio da lida
e em tudo esbarra o mel do amor
feliz a espera em quem avisa
a calma, o agrado e o clamor
pois se o caminho assim ajusta
e o sonho são já se levanta
verdade é prece que alimenta
o canto puro na garganta
(poema inspirado na canção "mortal loucura" composta por Makely Ka belamente interpretada por Maisa Moura no cd "Moira")
baixe o cd aqui http://autofago.blogspot.com/2009/07/moura.html
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
entre o fundo e a superfície
desde o dia em que saiu por aquela porta infensa
a prenhe poesia se pergunta o que fazer de seus jornais
que trazem desmentidas as notícias de que tudo vai mudar
e levam a vida estampada em preto e branco por aí
nas notas póstumas de vitrais na catedral
ou por entre os labirintos insanos dessa última flor
vai o poeta inexistente e sem pátria na primeira página
inda fosse o caderno de poesia diária, mas...
leva a poesia pela mão, gritando o seu latim como criança
feito um cego anjo de pedra a bater asas pelas ruas
guiado por um triste arranjo em dó maior sem violino
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
numa noite em meio a tudo o que gravita
feito fosse o que ainda voa e não se vê
feito o nada que, leve, não repousa porque é voz e como a flor
que mesmo sem haste que a sustente não deseja se entregar
e se consome de cálida ternura entre as margens desse abismo
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