sexta-feira, 27 de agosto de 2010

agosto, azul


desses dias de agosto se faz vento
ou ventos
faz-se flores de orquídea, frio
fazem-se loucos, luas, poetas em despero e calmaria
por esses dias
palavras de muito antes e depois um pouco
já que é o mês oito
em homenagem a agusto, me disseram

fez meu dia de nascer, minha hora
fez-se em mim uma alquímica aurora
que tanto alma e solidão
me dão medo e senhorio
do que seja e sou
visionário e andarilho
palhaço, índio e ancião
me dão paz, louvor, bravura
voz, clamor, loucura
me dão vez, amor, ternura
agora... eternidade

e essa pipa-flâmula que ergui de minha bandeira

minha razão, poesia e grito surdo de vivente!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

sobre dragões e moedas


e esse 'eu' dragão que agora a procura
e anda à cata de um nome
domestica-lo-ia esse teu senso

jamais trinta vis moedas!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

para os olhos de Samuel



desse tempo direi: havia o céu, Samuel!
e há o sol.
diremos um ao outro de nós e sem datas
perceberemos o amor feito música
em silêncio cresceremos como caos
somos feitos para isso, filho!
e veremos os signos da terra
acalmados um a um por cada amanhecer
esperaremos de homens que somos
um durar da verdade que persiste em cada noite
faremos poesia ainda, certamente faremo-la
custe o que custar, eu juro que faremos!
a cada passo teu uma super nova,
a cada riso um flâmula a defender
e de dentre todas as paixões
hei de erguer tua calma por mais alto
desse tempo sim, direi de ti.