sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

abrigo


é desse abrigo sério e lúcido
onde uma música gasta se repete
e ressoa tímida entre o silêncio
e as vozes que não ouço mais

é dele, por onde idílios vagam
para onde medos notívagos se guiam
e o sono se faz solo e calor

lá, por ser refúgio único
por permanecer sólido e mágico
feito teto a proteger do passado
paredes grossas onde o futuro não entra
e o presente chega devagar por entre as frestas

é lá, onde os nomes não ditos permanecem intactos
e o movimento é ânsia dos móveis

lá, quieta e trágica permanece minha calma
a me dizer com os olhos que o tempo não é nada

e que a vida, por simples espera que é,
é feito estar do outro lado da porta

mas que não há porta alguma

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

o silêncio



e do que calo, por bárbaro e mudo
é feito estar na cova e ser leão, não daniel
e sem fome de carne alguma, sem rugido
espreitar o movimento da pedra
pois o que se quer não é sacies, é liberdade!