segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sobre o que vem


eu queria ser, por vezes, o 7º anjo do apocalipse
e com um sopro de trombeta incendiar todos os poemas do mundo
o dono de uma casa de ópio na índia antiga
e abrigar fugitivos de todas as guerras
madalena despida em noite fria
a gritar pelas ruas o 4º evangelho
e faço do silêncio que as coisas têm
uma cama só de insensatos e cegos
porque olho todas as vozes ferindo o sagrado de tudo
maculando o vidro das almas pacientes
e ardendo em chamas como num sacrário
feito um par de asas sem dono que vai
para além de onde nascem os hinos
mas que em minhas costas sangrou duas cicatrizes
sujas de todo tipo de novidades
e de sonhos que não são meus
para que eu adormecesse sem medo
e ao acordar, num susto
soubesse que noite vai ser pra sempre

Um comentário:

Michelle disse...

pelo menos minha alma não é paciente...

Poeta, poeta...

o q dizer sobre poetas????