segunda-feira, 11 de maio de 2009






pois que te quero escrever então um verso
que seja terno e delicado, que seja simples
porque sou um homem comum também
e que acredita na beleza que guardam os olhos

de uma tecitura fina e límpida esse poema
que se apresente na liquidez de tuas retinas
e nas muitas róseas rendas destes teus tristonhos lábios

e se de fato não for esse o verso certo
se de fora com palavras não possa eu,
mesmo que bem intencionado
fazer funcionar de novo a tua máquina de sorrir

que saiba ao menos que não sou poeta pronto
não me debruço por sobre as letras nos momentos de folga
saiba que durmo com elas, acordo, permaneço e penso tanto

e que são de tão sensivel trato
que mesmo um carinho mal posto
pode intimidar o que seria a primeira intenção do gesto

mas que se ainda assim, mesmo acertando ao dizê-la:
como os meus dedos pensam nas ondas desses teus cabelos mudos

se ainda assim, o sim for longe por enquanto
saiba
essa música em mim que toca baixo esse teu nome

não depende de máquinas, não se repete e
como se quizesse me fazer dormir

inventa sempre um novo pássaro pra te comparar
mas não como a cantar estivesse e sim

como se tua voz voasse por cima do mundo inteiro, meu amor

2 comentários:

mary disse...

lindíssimo e cheio de vida esse.

Michelle disse...

Puro...