sábado, 2 de agosto de 2008
sonho galopado
e um meu cavalo abriu a porta
em pêlo e cascos a chiar
bem devagar, bem devagar
não era frio onde eu dormia
era no mar, era no mar
haviam estradas de alegria
um acalanto de luar, de um luar
era de noite eu já dormia
a galopar, a galopar
e um meu cavalo abriu a porta
devagar, bem devagar
em pêlo, cascos e magia
a relinchar, a relinchar
rodopiou, fez ventania
roçou a crina devagar
que luminosa e cristalina
de se sonhar, de se sonhar
galopou por cima d´agua
me fez rodar e fez rodar
sem rédea, arreio, espora ou 'cilho'
de se bradar, de se bradar
cavalo então, nem tinha rima
não tinha nome, nem lugar
inda era noite abriu a porta
em pêlo e cascos a chiar
bem devagar
me pôs a vida numa quilha
ao fim de tudo, no fim do ar
até onde ia a tua corrida
em tuas patas derrear, a galopar
um meu cavalo abriu a porta
em pêlo e cascos a chiar
baixou o dorso em uma ilha
desci pra ver o teu olhar
era um olhar de alma minha
o meu cavalo a cavalgar
fechou os olhos comigo dentro
bem devagar, bem devagar
de um salto só
sem despedida
entrou no mar
a mergulhar, a mergulhar
era um galope só de ida
a me deixar, a me deixar
bem devagar
por que voltar?
por que voltar?
por que voltar?
no meu cavalo a navegar
(depois dessa noite voltei a crer na inspiração)
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2 comentários:
Sem comentários. Salve Jorge!
teu cavalo passou por aqui.
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