segunda-feira, 30 de junho de 2008

sonho antigo ou poema para uma rosa



para Michelle

e sendo a verdade que nascera agora
entornando assim, trágica e bruta
escorrendo em tez de poesia
arrebenta uma segunda vez
na luz do dia que me trouxe
um sonho antigo

porque o caminho ainda é o mesmo
e as rosas continuam rosas continuam
encarnadas e sem respostas
ante o absurdo do mundo
que desce a mesma rua empoeirada
e continua

vai além do nosso amor se é que
-o amor vai-
por mim ele ficaria bem guardado
aqui onde não há festa
mas a tristeza que há
é tão nossa que não pode ser mais
já conhecida é parte do meu reino

mas o rio do poema desce e vai também
de encontro a rua que leva tudo embora
que não pára e arrasta
o povo, os carros, a vida
que vai no ônibus ou mesmo a pé
pra onde? vai sozinha, vai a sós

num sol que queima a tua pele
morena a tua pele tropical
e aqui no brasil já não há mais bananas

só a tua pele de carne e sal e rosa
e rua e rio que levou embora
até minha parca poesia

e não voltou porque tinha
espinhos entre os dentes

e ficou, como rosa
sem sentido, fuga ou cicatriz

3 comentários:

Lucas Palhares disse...

como convém aos poetas

Anônimo disse...

PQP!
Mas que bobagem, hein? Há tempos sabemos que as rosas nem falam!!!!
O rio nao pode , nem nunca poderá levar sua poesia... Com ou sem rosa... cor - ou nao - de rosa.


Re.

Anônimo disse...

e ficou, como rosa
sem sentido, fuga ou cicatriz

O amor assim como as pessoas não vão, ficam e a rua não leva ela trás...até aquilo que um dia imaginavamos não rever...seja como rosa,fuga,cicatriz, mas sempre com sentido!Sempre com a mesma novidade do inicio...com a mesma intensidade...