terça-feira, 20 de maio de 2008


poema (?) para ezra pound

dentro do silêncio mora um outro
entre o vazio e a vista
em meio ao crime e a pista
feito um roto ladrão

segue cego os desmandos a risca
verga réu o primeiro da lista
sabe o fim sem sorriso e razão

mira a léu broto seco em marisma
leva ao céu torto o oco da crista
cisca a espora em rastilho no chão

prevê no futuro o perigo da cisma
firma o pé ante a sopro da brisa
praguejando o passado de excomunhão (?)

12 comentários:

Noé disse...

Parabéns poeta Marden!
Aí vai uma brincadeira com palavras.
Seu texto canta um chamado, que toca um lado atado e bem doído, lá no seio amado.
Abraço,
Noé

Cá Girassol ♥ disse...

Gostei...
Mas ainda prefiro o
"Filosofia Não"

Cá Girassol ♥ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
srta assis disse...

Eu também prefiro o "Filosofia não"!!!

Tem um tom mais pessoal!!
É também mais fácil de entender o que lá está escrito, não é mesmo Camila?

bjs aos leitores e ao escritor!

danúbia pessoa disse...

bom...

mas, de tudo adorei a foto.
bj.

marden disse...

Valeu noé! Boa brincadeira.

Camila, Srta.Assis e Danúbia, sejam bem vindas sempre. Obrigado pela apreciação!

Camila disse...

Eu voto na Poli!

O que?

Não é votação?!

Aff... mas o Filosofia não e a Poli são melhores!

Hihihihi

(Conversa de doida...)

srta assis disse...

Pois é...

"Doida" é uma boa definição para nós!!
E, dos presentes no blog ninguém escapa!

haha

Bjins!!!

marden disse...

Poesia é assim mesmo. Uns entendem, outros gostam, poucos são dignos de homenagens e raros sabem fazer (ha quem pense o contrário, sempre há...). Eu rendi essa daí ao Ezra Pound, poeta pagão norte americano. Pra enteder precisaria no mínimo um primeiro contato com a obra do autor. Já pra gostar simplesmente basta o gosto ou a falta dele.

srta assis disse...

Pois é Marden. Não creio que só um primeiro contato bastaria...
Pois esse eu tive e não valeu muito,não!

Teria que ter, talvez, erudição. E esta eu garanto: É para poucos... De fato, para poucos, e bons!

marden disse...

hahaha
Srta assis, acaso você não quereria que a "pedra no caminho" do mineiro Drummond fosse entendida por mim e por você da mesma forma, certo?

Erudição em poesia é muitíssimo bem vinda, porém, mais vale um pouco só que seja de sensibilidade artística e intuição porque são natas (e isso sim, é pra poucos), e correspondem ao que muito se valoriza nas artes, diferentemente da citada erudição que se pode adquirir. Essa garantiria uma parca crítica (quando muito) mas nunca o fazer artístico.

Ah, e em se tratando do Ezra Pound, (me enganei, desculpe-me), acho que você teria que ler a obra toda mesmo!

srta assis disse...

Não disse "ter a mesma interpretação" ou "interpretar da mesma da mesma maneira", disse? Simplesmente "interpretar", o que é diferente.
Que existe subjetividade, pois não?

No que diz respeito a erudição, é no sentido de que, uma pessoa que nunca leu Cecília Meireles na infância (é triste pensar nisso) dificilmente compreenderia ou teria a tal sensibilidade artística, seja para fazer, seja para simplesmente apreciar a poesia. E menos ainda o trabalho do tal homenageado. Que concordemos, não é qualquer trabalho artístico. Eu o consdiro complexo. Sem mais adjetivações.


E, mesmo que EU lesse a obra toda não garantiria nada. É que como você disse, a sensibilidade artística e a intuição não podem ser construídas...

O que é construído ou o que é inato? Isso rende! A milhares de anos que rende...

Uma última coisa: Não considero, como você também afirmou, que a sensibilidade é para poucos... Dizer isso de tal forma dá a imprenssão de existir seres privilegiados. A questão é que não é para todos, o que é diferente de dizer "é para poucos".

Bjs