sexta-feira, 25 de abril de 2008

texto para recital


A poesia de todo dia!
Ora bolas, nada de convencional. Nada de novo, não!
Ouvi oradores, acompanhei os filósofos e suas interpretações de si mesmos e do mundo que os cerca. Superficialidades em fim de um todo que aprofunda o nada além de medir, marcar e reduzir as simplórias explicações sentimentos.
Poetas não são como regras. Não sabem medir as palavras para além das frases. São como o vento gris das auroras imemoriais. Poesia não joga, não perde a partida, volta sem se despedir e ri ou chora dependendo da viagem.
O convencional não convence mais. Do lado de lá da palavra não há lugar para acomodações especulativas, não grita quem levanta a voz.
Dentro do sonho, quase em ritmo panfletário o ogro desdentado fuça restos. Revirando notícias repetidas, mastiga edições regurgita clássicos e comove-se com pedidos versados. O ogro vive dentro. Do lado meio da palavra. Na impura carne do verbo tatua senhas. Códigos delicados da escassa memória do belo. Nas rugas magníficas do tempo que não pára, trabalhadores da palavra limam, esmeram suas armas no vazio do papel, que aos pouco lidos tratam morte, mas que simbolizam aos cansados da luta mais vã, instrumentos de paz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Este eu já conhecia. Mas vale reforçar: Muito bom!


bjs



eu, eu mesma!