quinta-feira, 13 de dezembro de 2012





pássaro mudo, nessa velha cidade seu canto sou eu?
que da roseira, [chega mais perto] sente! pétala e espinho,
meu hino inda  se faz
te entristeces ainda, mais que esfacelado na asa,
mais que a doidice da queda, é a falta do ar? pássaro duro
era mesmo para ser assim,
era cairdes torto oco louco todo [morto?] em cima de mim?
era cair, pássaro-murro!
da amplidão sobrou-se quanto?
um tanto de abismo e estrela
cume, voo, o sublime da pena?
agora a aspereza do chão

e o peso, pequeno que seja, do corpo alífero cansa - eu sei -
mas vivos estamos [         ]  alegria
porque fomos pássaro e isto é belo!
livres lá no alto, leves,               horizontes

por quê o pouso forçado?
o que era mesmo aquilo?
um avião? outro pássaro?

não importa, eu sei.
era maior.
maior que tudo, maior que nós, que a morte

era maior e também não tinha asas.

2 comentários:

Lys Fernanda Rodrigues disse...

Linda poesia. Cheio de enigmas e uma escrita única. Nunca li igual. Meus parabéns, quero voltar mais. Sigo você!
Como blogueira, aguardo uma visita sua.

www.lysfernanda.blogspot.com

Michelle disse...
Este comentário foi removido pelo autor.