quarta-feira, 9 de maio de 2007

carta aberta aos poetas



Enquanto posso escrevo. Já que é sina e não sorte, tropeço no fica prá traz e sigo que meu santo é forte. Ao menos era.
Mas isso não vem agora ao caso. Nem me canso de dizer que poeta é verme e dos piores. Também mais pra bandido que salvador. "Mata" e nem se importa. Não tem pudores maiores do que de um verme, como dito.
Poetas vivem antes, e depois do que sobra nas últimas palavras. E faz com elas e delas sua obra-prima. Levanta dos escombros um castelo. Rasga e toca fogo em sua própria obra... depois faz de novo e de novo se for preciso ou lhe der na telha! Ergue das cinzas uma chama e se aquece entre os espinhos. Prefere os inóspitos caminhos . Poeta não diz. É dito. E de todos, o maldito é sempre ele. Poeta é assim, não se faz de rogado. É histórico, antes de tudo era nada, depois passou a ser o verbo. E o verbo se fez carne. Antes tivesse permanecido verbo e só! Mas aí entra o poeta.
Escreve e doma; Se faz palavra e sentido; A própria língua e linguagem. Léxico. Semântico. Sintático. Prolixo. Pós-tudo. Poeta. Porra!
Dono do próprio latim, ele não é mais que um homem e sua história pequena. Pobre vida de quem escreve. Ô sina!
Mas dentre as artes, todas, a palavra ainda continua sendo a que mais se aproxima da elevação total. O poeta? Seu dono e senhor.
Poetai, poetas! Como disse Torquato...
Poesia! poesia! Poesia! poesia! Poesia! poesia! Poesia! poesia!
Antes o poeta sujo e inquieto que uma palavra limpa e sem significado.
Salvem os poetas! All right?

2 comentários:

Gui Freitas disse...

inaugurando com uma reclamação!
nem minha remington batizava em italiano dessa forma...
pelo menos o blog se chama outronome.
tá certo...

marden disse...

Bom iniciar sendo comentado por gente como você, negomano, que entende posições como essa, contrárias.
Valeu pela visita!
Volte sempre.